lambe-me,
roa-me,
afogue seus dentes em minha poupa macia,
entorpa seus olhos em minha cor amarelo-ouro,
alaranjado,
avermelhado,
pôr do sol saindo de uma casca verde forte.
só não me morda.
eu posso lançar pequenos espinhos com poder de inflamar sua boca,
tapar o seu ar
e te fazer amargar como fruta madura à força.
sábado, 29 de agosto de 2009
. a informação nossa de cada dia

Como profissionais da comunicação, cada uma delas querem dar a notícia primeiro, querem receber a notícia primeiro. É notório. Na face de uma, a expressão do tipo: “eu tenho uma revelação bombástica”, no rosto de outra, aquela expressividade de: “eu não acredito que estou ouvindo isso”.
Cai a noite. Gargalhadas gostosas, cada uma volta pra sua casa, fecham as portas e aquele ar de satisfação por ter contado tudo, por ter ouvido tudo e por estarem bem informadas. O feijão já está cozido, os filhos voltam da escola, os maridos chegam do trabalho. Jantar. Na mesa, mais uma reuniãozinha, agora familiar. O marido conta o que ouviu no ônibus, os meninos contam sobre as novidades da escola e elas abrem a boca e repassam o que ouviram das colegas de porta. Telejornal, novela, cama. Apagam-se as luzes. Dormem. Mais uma edição fechada.
Assinar:
Postagens (Atom)