domingo, 17 de janeiro de 2010

. inconstâncias

... vamos passar por tudo, por momentos de alegria e tristeza, prazer e dor, dor com prazer. Seremos felizes, mas no dia seguinte poderemos não ser, poderá morrer alguém, poderá nascer alguém. Superar uma doença trará felicidade, é uma prova de força, mas se surgir outra? Sim, outra doença. Mais grave, mais violenta? O filho que partiu com mágoa, rancor e raiva, volta pra casa de sua mãe, feliz, o outro, o outro não volta mais, morreu atropelado.

Ganhar, perder, quase ter, quase ser, ser, ter. Satisfeito? Agora sim, mas e daqui alguns segundos? Insatisfeito? Agora sim, mas e daqui alguns segundos? Um telefonema muda tudo, uma palavra muda tudo, um virar de um carro na contramão muda tudo, um respirar mais forte tudo muda, a sua presença, a sua ausência, a sua impaciência, a sua boa vontade muda tudo, o bater de asas do beija-flor, a flor que murchou, o sol que não veio, o copo que caiu, o grito, a água que evaporou... Conseqüências.

É previsível, pra ser feliz ouve tristeza, se há tristeza haverá felicidade. Viver. Viver é bom, mas dá medo. Mas o que seria da vida sem o medo? Ninguém nasceu numa bolha, exceto “o menino da bolha” que com certeza estava com muito mais medo da vida do que qualquer um fora dela.

Amores virão, medo de agulha virá, a independência virá, o branco em cena virá também, também virá a tolerância, a ignorância e suas conseqüências, virá mais amigos, irão mais amigos, irá a idade, virá a solidão, virá um sobrinho, irá o tédio, ainda virá a faculdade de Teatro, irá a insegurança. E nesse ir e vir a gente até esquece que a vida é simplesmente inconstante e enquanto isso a gente cresce e ...